terça-feira, 25 de novembro de 2008

Longo caminho...


Tenho o imenso prazer de comunicar a todos que a primeira edição de A Claridéia de Percival já se esgotou! Desde o lançamento, em 16 de outubro de 2008 (para os alunos de Letras e Pedagogia da FASERT), totalizamos 40 livros vendidos. Seria pouco se a publicação fosse por meio de editora e a divulgação não contasse apenas com este blog e com a boa-vontade dos amigos. Está em processo a preparação de uma nova edição, livro a livro, como vocês sabem. Espero continuar o trabalho de divulgação entre as crianças e os adultos. E espero poder em breve anunciar a publicação das novas aventuras de Percival pelo mundo das claras idéias...

Agradeço a todos os amigos, conhecidos, familiares e alunos que visitaram este espaço, no intuito de prestigiar e incentivar o trabalho. Esse estímulo é que nos mantêm vivos e com vontade de seguir sempre em marcha, por um caminho de sombras e luz.



Com carinho, Carol Bernardes

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Ilustrações de A Claridéia de Percival


Amigos,

Como todos sabem, as ilustrações do livro A Claridéia de Percival foram feitas por Bianca Bloom (o nome é coisa de artista!), minha filha de 11 anos. Decidi divulgar um pouquinho dessas imagens, porque não só as palavras têm o poder de nos fazer felizes. Aliás, as imagens feitas por ela dizem mais, muito mais do que minhas palavras...

Percival sonha em desbravar um mundo novo, em desafiar os perigos para além das histórias de aventuras...

As maravilhas do outro mundo encontradas na travessia de Percival...



Percival conquista os primeiros conhecimentos necessários para a jornada do herói em contato com Zoé, fonte da vida e mestre de iniciação.

Iluminações: idéias claras

O Cavaleiro da claridéia: a grande batalha!

Lembramos que a parceria entre esta escritora que vos fala e a pequena artista deve continuar. A saga de Percival não termina aqui, pretendemos manter acesa as iluminações desta mente tão clara, que pode irradiar as melhores criações por onde passa.


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Reflexões sobre a Literatura Infantil

Amplamente difundida na contemporaneidade, a literatura infantil parece não apresentar dificuldades de definição, nem tampouco mistérios e conflitos na discussão de suas especificidades. No entanto, como em todo assunto, por mais simples que possa aparentar, é necessário o aprofundamento das reflexões. E envolvidos nessas reflexões críticas descobrimos que a literatura infantil é um tema para ser discutido seriamente.

Historicamente, a literatura infantil teve seu início apenas nos séculos XVII e XVIII, juntamente com o nascimento da burguesia. Nas épocas anteriores, não havia a preocupação em desenvolver obras e temas específicos para crianças, pois a infância não era ainda considerada como fase importante na vida do homem; era, pois, natural que as crianças nobres fossem educadas com a leitura de obras clássicas, as mesmas lidas pelos adultos, ou com as histórias de cavalaria e aventuras, popularmente difundidas e consumidas pelas classes baixas. Somente na Idade Moderna, portanto, ocorre a descoberta de que os interesses e necessidades das crianças são diferenciados e mereciam atenção específica.

Porém, se por um lado, a descoberta foi um progresso nas relações familiares e na própria formação da criança, por outro gerou um impasse na literatura, pois desde o início estabeleceu-se a associação entre literatura infantil e pedagogia, com fins de moralização e educação, o que, muitas vezes, esvazia o texto de seu valor estético e reduz a literatura infantil a um gênero menor na esfera da literatura geral.

A literatura infantil não deve, pois, ser apreciada em sua função utilitário-pedagógica. Mais do que formar o pensamento da criança e apresentar-lhe um código de valores, a obra escrita para crianças é essencialmente a mesma obra de arte destinada aos adultos, com os mesmos recursos e procedimentos literários utilizados na criação da literatura geral. A facilitação e a redução artística não só empobrecem o texto, tornando-o artificial, como são percebidas pela própria criança, que desconfia e se desinteressa da leitura. Mesmo que a criança ainda não utilize as diversas construções da linguagem, não significa que ela ainda não possa compreender os ornamentos do texto, chegar às suas próprias conclusões, produzir uma interpretação e igualmente criar seu comportamento. A simplicidade requerida pela literatura infantil não implica que ela deva ser pueril e destituída de recursos poético-narrativos.

Assim, para a escrita de obras infantis, bem como para a escolha de uma boa bibliografia de leitura, é importante não desmerecer a capacidade da criança de percepção e interpretação e, deste modo, oferecer a ela a possibilidade de desenvolver a análise crítica e poética, a apreensão do sentido metafórico das coisas e as habilidades que propiciarão a compreensão de si e a sua relação com o mundo.
Artigo publicado em http://www.jperegrino.com.br/