segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A Claridéia de Percival


Percival sabia que as paredes e o quintal da casa eram muito pouco para ele. Para onde iria? Pensou e repensou e decidiu sair sem destino, a própria aventura o levaria a algum lugar. Tudo pronto. Roupa, mochila, lanche. Olhou seu cachorro antes de sair, única testemunha de sua fuga... Fuga? Mas era para ser uma aventura, nunca uma fuga! Voltou correndo, preocupado com seus pais, e escreveu um bilhete. Agora sim. Afagou de leve seu cachorro Shiva e sentiu o coração apertar. Melhor levá-lo junto, precisava de uma companhia.

Desse modo, o menino, após superar a escuridão do mundo interior, ao encontrar-se entre árvores silenciosas e impedido de atravessar um pequeno portão, conhecerá um velho misterioso, que divide seus afazeres entre a pintura e a jardinagem. Rápido será este encontro, mas necessário para a iniciação de Percival na claridade de suas idéias. Diversos encontros fortuitos e “estranhos” surgirão em seu caminho distanciado da cidade: a moça chorosa que sofre pela perda do amor; a velha senhora que carrega uma caixa atulhada de objetos “especiais”; o mestre silencioso que lhe confere um amuleto (uma esfera mágica, capaz de lhe mostrar a própria face); as meninas Clara e Déia, companheiras iluminadas para as próximas aventuras; o soberano preguiçoso, dominador de pessoas e inibidor das idéias claras. A marcha de Percival o levará em direção à descoberta de suas possibilidades criativas, despertadas quando em comunhão com o mundo esquecido de dentro e as forças naturais do mundo exterior.
Além de uma aventura pelo mundo das claras idéias, a obra reflete sobre questões como o dom, a arte, a natureza e estabelece um diálogo intertextual com as narrativas épicas e mitológicas e com as novelas de cavalaria, assim como realiza o percurso da sondagem interior e simbólica do herói iniciado.
A Claridéia de Percival é encontrada em quatro cores de capas (amarelo, azul, vermelho e verde) e pode ser adquirida em contato com a autora. As ilustrações foram feitas por Bianca Bloom, uma artista de 11 anos.

O começo: livros artesanais


Escrever sempre foi o maior objetivo, maior do que todos e quaisquer sonhos que alimentamos na vida. Ao objetivo sempre esteve atrelada a certeza, uma certeza que nunca esmoreceu diante das dificuldades. Nada há de original em ser escritora desde a adolescência e em buscar editoras para a publicação dos livretos que eu insistia em dizer que eram bons. Nada original, e milhares de escritores confirmariam. Mas a idéia não é ser original...
Em 2003, desenvolvi a técnica de produção artesanal e publiquei meu primeiro livreto de contos para adultos: O Centauro Amarelo. Foi a sensação de liberdade mais gratificante. Poucos livros vendidos, praticamente todos para amigos e familiares. Mas, ainda assim, a sensação de que ser escritor não implica em conquistar a aprovação do mercado editorial foi maior do que a tímida aparição desta estreante. Vencia, assim, a primeira barreira: de que livro não se encontra apenas nas livrarias.
E agora, em 2008, decidi mais uma vez pela publicação artesanal, ao invés de custear uma edição independente, e lancei A Claridéia de Percival, romance infantil, mas sem limites de faixa etária. Aprecie um pouco da obra: